"DESÇO NA ESPERANÇA"
Desço, a rua escura, mal iluminada, empedrada
Desço-a ao sabor do vento de pés descalços
Lentamente as noites douradas descem as serras
O rio passa pelas árvores, olmos que balançam
Brincam com as folhas caídas, coloridas no outono
Alma incompreendida envolta numa esfera de sonhos
Chega à vila envolta de solidão, na alta madrugada
Inegável capacidade de sempre em permanecer sozinha
Compreensão incompreendida, que procura por um navio
Que traga um tesouro, e que juntos naveguem por mares
Onde a noite na serra, seja iluminada com o brilho das estrelas
Alegre como as águas do rio, perfumada como as flores do campo
Desço a rua escura, empedrada, mal iluminada, ao sabor do vento
Entre as águas do rio de pés descalços, desço na corrente da esperança.